Dermatologia Capilar

Alopecia

A alopecia consiste na queda dos cabelos por causas principalmente genéticas, hormonais e pela idade.

A queda excessiva dos cabelos tem impacto significativo na aparência e pode ser fonte de preocupação para homens e mulheres.

Há diferentes tipos de alopecia. A maioria das quedas de cabelos são temporárias e reversíveis. A mais habitual é a alopecia androgenética.

Um bom exame do fio do cabelo e do couro cabeludo, de preferência associado à tricoscopia e alguns exames laboratoriais, geralmente são suficientes para identificar a causa e direcionar o tratamento.

A boa notícia para quem sofre com a queda de cabelo é que há inúmeras opções de tratamento. Para saber o mais adequado, é necessário consultar um dermatologista, que fará uma investigação das características e das prováveis causas do problema.

Alopecia Areata

A alopecia areata é uma doença considerada de origem multifatorial. A causa não é bem conhecida. Existe uma elevada predisposição familiar, sendo frequente encontrar o mesmo problema em outros membros da família.

Estudos atuais apontam uma base de mecanismo autoimune como desencadeante da alopecia areata. Parece existir uma agressão externa nas células de defesa que rodeiam o folículo piloso, ocorrendo inflamação e prejuízo no seu crescimento e queda dos fios.

Pode se apresentar conjuntamente com outras doenças que alteram a imunidade do organismo como vitiligo, lúpus eritematoso, artrite reumatóide, diabetes e doenças tireoidianas. O estresse e a ansiedade parece ser fatores desencadeantes importantes em pessoas susceptíveis.

Pode afetar homens e mulheres em qualquer idade, porém tem uma maior incidência entre os 15 e 40 anos.

É caracterizada pela queda súbita de cabelos, barba, bigode e pêlos do corpo em zona circunscritas ovaladas ou de forma generalizada.

Todos os casos de alopecia areata tem tratamento, porém os resultados são muitos variados e não existe um medicamento eficaz para todos os casos, portanto, o tratamento deve ser individualizado pelo dermatologista.

Alopecia Androgenética

É a forma mais comum de alopecia. É um problema que pode levar à perda total ou parcial dos cabelos estando relacionada a predisposição familiar e também pela influência hormonal. É mais freqüente nos homens do que nas mulheres. Nos homens, a perda de cabelo tende a se concentrar no topo do couro cabeludo. Nas mulheres, é mais difusa.

Clinicamente, se observa uma diminuição progressiva na densidade dos fios, decorrente da ação dos hormônios andrógenos sobre o folículo pilossebáceo do couro cabeludo.

O diagnóstico se realizado pelo exame clínico, mediante a tricoscopia, onde é possível observar a presença de pontos amarelos e a miniaturização folicular.

A evolução da alopecia androgenética é lentamente progressiva, devendo ser tratada logo no início para evitar a perda irreparável dos folículos pilosos. O tratamento pode ser feito com medicações de uso local e/ou medicações de uso oral.

Foi demonstrado em estudos científicos que a administração diária de finasterida é o tratamento mais efetivo na alopecia androgenética. Ela é capaz de frear a queda e estimular o crescimento de novos fios, mediante ao bloqueio seletivo do hormônio androgêncio sobre o pêlo.

Existem também lasers que podem ser utilizados para estimular o crescimento dos fios. Nos casos mais acentuados, quando a calvície já está instalada, o transplante de cabelo pode ser uma opção.

Efluvio Telógeno

É uma forma muito frequente de queda de cabelos, especialmente em mulheres.

O eflúvio é uma queda brusca, temporária e reversível dos cabelos que pode ser desencadeado por diferentes razões:


- pós cirurgias;
- estresse emocional;
- anemia;
- pós febre,
- dietas muito restritivas;
- pós-parto;
- alterações na glândula tireóide; e
- uso de alguns medicamentos.

Estas causas produzem um número elevado de cabelos que entram na fase telógena (fase de envelhecimento do cabelo) e logo começam a se desprender.

É preciso investigar a causa e tratá-la de maneira adequada para interromper o processo.

Tricoscopia

É uma técnica moderna empregada para o diagnóstico das diferentes formas de alopecia que afetam o couro cabeludo.

Com esta técnica é possível observar as características morfológicas e sinais no pêlo e na pele do couro cabeludo com grande aumento e precisão, sendo importante para o diagnóstico das alopecias.

É uma técnica rápida, não invasiva, indolor e que não necessita arrancar fios de cabelo para o exame.

A utilidade da tricoscopia se dirige a melhorar o diagnóstico das alopecias, assim como a alopecia areata, androgenética, alopecias cicatriciais, além de diversas outras dermatoses que podem afetar secundariamente o couro cabeludo (dermatite seborreica, psoríase, líquen plano). Também ajuda na identificação das alterações genéticas ou adquiridas que causam alterações na haste do cabelo.

Análise Digital do Couro Cabeludo

Para poder avaliar a saúde do cabelo é necessário realizar uma avaliação meticulosa do couro cabeludo e fios, através de microcâmera digital.

Assim, através da análise digital do couro cabeludo, obtem-se uma informação mais detalhada sobre a densidade capilar, calibre dos fios, avaliação da fase de crescimento e queda dos cabelos.

A partir dos resultados, o dermatologista pode determinar a evolução da alopecia e oferecer um tratamento mais preciso e efetivo segundo a necessidade de cada paciente.

Low Light Laser Therapy

Também conhecido como LLLT, é um laser diodo de baixa potência indolor que se utiliza para estimular o crescimento dos cabelos.

A sua ação é através da produção de ATP, resultando em aumento do fluxo sanguineo, aumento do fluxo de oxigênio e o aporte de nutrientes ao bulbo capilar levando a um aumento na proliferação celular na raiz do bulbo folicular. Também tem efeito antioxidante e anti-inflamatório.

É uma terapia complementar ao tratamento clássico das alopecias. Pode ser usado pós transplante capilar. O ideal é a aplicação de 2 ou 3 sessões semanais, durante 3 ou 4 meses, com duração de aproximadamente 20 minutos cada sessão. É importante salientar que este tratamento não faz crescer cabelos em zonas calvas, simplesmente melhora a qualidade dos cabelos existentes e miniaturizados.

Na maioria das alopecias, o tratamento com laser pode ter efeito benéfico quando utlizado por longos períodos e associado a outros tratamentos médicos.

Intradermoterapia

A intradermoterapia é uma técnica que consiste em injetar, diretamente no local da patologia, pequenas doses de medicamentos e vitaminas, com o objetivo de aumentar a disponibilidade da substância no local onde necessita.

Com o envelhecimento, nosso corpo perde vitaminas e minerais necessários para que o cabelo cresça e perdure. Com a intradermoterapia é possível repor todos esses compostos perdidos, além de incrementar a circulação sanguínea no couro cabeludo estimulando os folículos pilosos do couro cabeludo.

Na intradermoterapia capilar se aplica princípios ativos diretamente no couro cabeludo. É considerada uma boa alternativa aos tratamentos orais ou complementar.

A vantagem é a ação direta farmacológica dos produtos utilizados e os efeitos estimulantes de crescimento capilar produzido pela ação de microagulhas perfurando o couro cabeludo. Mediante a criação de pequenos canais com micro depósitos, há liberação lenta e gradual das substâncias infiltradas sem precisar da via digestiva para absorção de medicamentos.

Os benefícios são múltiplos, como: fortalecer, melhorar a qualidade e textura do fio, estimular o crescimento e prevenir a queda dos fios.

Antes de realizar a intradermoterapia, deve-se realizar avaliação dermatológica e o correto diagnóstico da alopecia, através de história clínica e tricoscopia, para decidir qual medicamento deve ser aplicado em cada caso.

Microagulhamento

O microagulhamento é um sistema estéril de rolamento que contém múltiplas agulhas finíssimas que geram centenas de microlesões no couro cabeludo que estimulam microvasos na epiderme, formando um sistema eficiente para passagem de medicamentos e vitaminas.

Ao realizar o rolamento na superfície cutânea se produz microscópicas puncturas formando microcanais na derme (camada profunda da pele), estimulando, assim, a capacidade do couro cabeludo de restauração e fortalecimento do cabelo debilitado.